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Por Inteira

A mão que desliza pelas costas vai sentindo o suor descendo lentamente pelo corpo.
A mão que encaixa perfeitamente no quadril faz dançar.
Na meia luz que encobre nossos corpos não tenho pudor.
A falta de ar e o delírio do desejo que alucina vão me deixando rouca e me fazendo gemer, gritar.
Tremendo o corpo inteiro sinto o gozo que escorre pelas minhas pernas.
Me entrego deixando meu corpo falar.
O corpo que arde, o arrepio que me invade, o sorriso que fica fácil e o peito cada vez mais ofegante.
No espírito que flutua não deixo dúvidas: Sou sua.

J.D.
(08/06/2017)

Crise Existencial

Resolvi me doar. Me entreguei e mergulhei.
Me entendi, briguei comigo mesma, fiz um nó difícil de desatar. Me isolei.
Ouvi meu silêncio mais perturbador e revelei minha verdade mais doída.
Não me reconheci. Me procurei nos mínimos detalhes, baguncei cada canto procurando pelas pistas deixadas por mim. 
Desabei. Me senti insegura, fraca, perdida, sem chão, sem luz, sem respostas. 
Na escuridão que me rondava me fiz entender e desejar ser quem já sou.
Na minha crise existencial me refiz e me remontei para mais um dia.

J.D. 
(15/06/2017)

Dias Que Correm

Os dias correm e a alma, que antes era alimentada com seus mais diferentes estímulos fica fraca, caída, se arrastando pela casa, sempre bagunçada.
A preguiça que vai dominando cada parte do seu corpo te impede de fazer a mais simples tarefa.
Na auto sabotagem reclama e relata tudo o que aprendeu nas séries.
Confundindo sua realidade com a ficção dita frases feitas e feições ensaiadas em frente ao espelho.
Reclama da agulha que está fora do lugar. Vai envelhecendo todo dia, mesmo não tendo nem duas décadas de vida.

J.D.
(21/06/2017)
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