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Dor Silenciada

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Tiraram minha liberdade, meu sorriso
Me ensinaram que eu não tinha direito
Me falaram que eu nasci pra servir 
Me jogaram no chão e pisaram nas minhas feridas
Meu ventre foi rasgado
Fui estuprada todos os dias
E ninguém nunca percebeu!

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Nas janelas tinham grades,
Não conseguia respirar,
Minha mente congelada,
Minhas mãos amarradas.

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Por um momento pensei ter visto uma fresta de luz
Eu não lembrava mais como era o calor do Sol
Eu não via mais o luar

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Eu gritava mas ninguém ouvia
Eu sussurrava quando perida todas as forças
Arranhava cada pedaço da madeira
Eu tentava sair.

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Ouvia passos mas ninguém nunca me ouvia
Ouvia risadas ao meu redor
Mas meu grito era mais silencioso do que as noites escuras

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Tentei agarrar com todas as minhas forças aquela maçaneta
Puxei cada centímetro par sair dali
Mas eu estava fraca, não comia,
Eu não tinha força alguma...

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Eu lutava para conseguir sair dali
Com a cabeça embaralhada
As ideias vinham num turbilhão, eu não conseguia me conter

Me fecharam num quarto trancado e escuro
Mas hoje eu estou livre!
Uma forca me salvou.


J.D. 
(13/06/2016)

"Menina esse não é o seu lugar"

Chega uma hora que o comodismo chega
Te beija,
Te prende,
Não te deixa

Atormentando seus dias
Tentando ser uma boa companhia

Cansada do dia a dia
Você se entrega
E deixa
"Só mais um dia"

Sem forças pra mudar
Se afunda só de pensar
No mar que teria que nadar
Para o comodismo não te alcançar

J.D.
(12/04/2016)

Uma Noite de Verão Qualquer

Final de semana cheio de chuva e ventania. Sem tempo para uma saída rápida até a padaria sem correr o risco de se molhar. Finalmente dá uma trégua. Sol, céu azul e até um arco-íris de presente.
A noite está com o ar fresco, típico domingo em família. Almoço na mesa, música tocando, falação que não para.
A noite cai e como qualquer criança saio para a rua para aproveitar mais um dia de verão.
A bicicleta na mão e o celular no bolso, vejo duas voltas dada pelo vizinho de nada mais do que 10 anos. Ele para, tira o aparelho do bolso. Numa selfie pouco acanhada interrompe sua brincadeira de criança e mergulha no mundo virtual. 
Enquanto a bicicleta fica encostada no poste da frente o menino mergulha na luz que ilumina nada mais do que o seu rosto.
Quando vou ver se passaram horas e a criança esqueceu que ainda estava de férias. Esqueceu da bicicleta, esqueceu da hora. Esqueceu de ser criança.

J.D.
(05/02/2017)

Na Mira da Mina:

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